A peça teatral QUANTO CUSTA O FERRO?, de Bertolt Brecht, com direção de Plínio Mósca, realiza curta temporada na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country,em Porto Alegre. Produzida pelo Grupo de Teatro AMAR A VIDA, o espetáculo participou, em agosto último, do I FITE (I Festival Internacional de Teatro Estudantil) promovido pela Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal de Cultura e do IX Encuentro de Teatro del Mercosur, em Paso de los Libres, na Argentina, em setembro último. A entrada é gratuita e os ingressos são limitados.
Segundo o diretor Plínio Mósca, o espetáculo QUANTO CUSTA O FERRO? é uma metáfora sobre o poder e de como este pode ser opressivo quando encontra a cumplicidade silenciosa de uma massa civil alienada, ignorante e inculta. O drama faz parte das chamadas peças didáticas do diretor e dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956).
No elenco estão Helena Brentano, Bruno de Lima, Francielle Vilhalva e José Renato Lopes.
Na Alemanha dos 30, às vésperas da instalação do regime nazista, o comprador de ferro vai se municiando a fim de se preparar para a guerra iminente. As pessoas da comunidade fingem desconhecer as reais intenções do comprador e não se importam quando seus vizinhos vão desaparecendo, paulatinamente. O vendedor de ferro permanece alheio ao que está ocorrendo em torno dele, preferindo manter uma postura neutra para continuar vendendo o seu produto.Quando o vendedor de ferro é atacado pelo comprador, tenta pedir socorro aos seus amigos mais distantes, mas as comunicações estão cortadas. Busca, em vão, o socorro dos amigos mais próximos, mas estes foram assassinados. Percebe, então, que não há mais ninguém a quem recorrer.
“A peça retrata uma Alemanha pré-regime nazista que conta com a cumplicidade silenciosa de grande parte da população civil, principalmente daquela que compactuava da mesma ideologia preconizada por Aldolf Hitler, baseada em princípios xenofóbicos e antisemitas”, comenta Plínio Mósca. O espetáculo também aborda o fato histórico de que grande parte da população queria, a qualquer preço, promessas de dias melhores, economicamente falando, mesmo que o preço a pagar representasse um pontapé na ética social e na ética política”, opina.
Conforme Mósca, para o cidadão supostamente pacato da Alemanha dos anos 1920 e 1930, os ideais totalitários da política nazista serviram como adubo para ajudar a perder o foco sobre sua própria realidade e sair em busca de culpados pelas desgraças do país. “Na peça, o amável vendedor de ferro, o bom e pacato pequeno burguês, vai, aos poucos, assistindo o processo de ditadura tomando forma, mas prefere fingir que o problema não existe”, avalia.
O diretor partiu da técnica do distanciamento, desenvolvido por Brecht, para construir a linguagem da encenação. “Nessa busca pelo distanciamento colocamos alguns recortes, cenas paralelas que não estão no trecho original e que remetem para cenas de outras peças do mesmo autor. Na encenação, esta noção é representada por uma atriz que usará uma máscara cusquenha, a fim de provocar a descaracterização”, explica o diretor.
Grupo de Teatro AMAR A VIDA:
Iniciou suas atividades em novembro de 2010, com a apresentação do Auto de Natal no CECON FASE. Vem trabalhando em eventos sociais e culturais levando a arte cênica através de leituras dramatizadas e encenação de autores como Brecht e Ibsen. O Grupo consolidou-se em 2012 com a apresentação de “Quanto Custa o Ferro?” no Festival Internacional de Teatro em Passo de Los Libres, Argentina.
O Grupo é formado por: Helena Brentano, Bruno de Lima, Francielle Vilhalva e José Renato Lopes.
Plínio Mósca: Diretor e Professor de Teatro.
Em Brasília foi aluno da atriz Dulcina de Moraes.
Estudou Direção Teatral, com Marcel Maréchal, no Théâtre National de Marseille de 1982 a 1986.
Dirigiu os seguintes espetáculos premiados:
- A EXCEÇÃO E A REGRA de Brecht no Festival ENTEPOLA SANTIAGO CHILE e no Festival Ibero-Americano de Copiapó no Chile;
- DANSEN de Brecht no Festival Internacional de Teatro de Ovalle no Chile, Festival Internacional de Teatro de Punta Arenas e FIETPO em Lima Peru.
Em 2004 recebeu, na Embaixada da França em Brasília, a comenda de Chevallier des Arts et des Lettres de la République Française.
Foi jurado do PRÊMIO NACIONAL DE TEATRO DA FUNARTE em 2008.
Desenvolveu atividades no Festival de Avignon na França por duas vezes à convite do Ministério das Relações Exteriores da França (Quai D´Orsay)
Tem realizado considerável experiencia com teatro popular usando algumas técnicas de Teatro do Oprimido e de Teatro do Invisível.
Foi por duas vezes o Curador do Encontro de Teatro Popular Latinoamericano no Brasil (ENTEPOLA BRASIL-COLATINA).
Dirige desde 2011 um CICLO DE LEITURAS DRAMATIZADAS DE BERTOLT BRECHT que realiza apresentações em livrarias da cidade.
Foi jurado do FESTIVAL MAIS TEATRO NOVO da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre e em 2012 é um dos jurados do PREMIO TIBICUERA DE TEATRO INFANTIL.
Desenvolve atividades como pesquisador convidado no FIETPO-LIMA-PERU.
Acadêmico no Curso Superior de Tecnologia em Produção Cênica na Faculdade Monteiro Lobato em Porto Alegre,
Pratica voluntariado como diretor e professor de Teatro junto às ONGs: PARCEIROS VOLUNTÁRIOS e A.MA.R A VIDA.
Serviço:
O quê: Estreia do espetáculo teatral QUANTO CUSTA O FERRO?, de Bertolt Brecht, com Grupo de Teatro AMAR A VIDA. Direção: Plínio Mósca.
Onde: Auditório da Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country (Avenida Túlio de Rose. nº 80), fone: (51) 3028-4033, Porto Alegre-RS
Quando: Dia 17 novembro de 2012, sábado, às 19h30min e 18 de novembro, domingo, às 17h30min
Quanto: Entrada Franca
Duração: 40 minutos
Censura: 12 anos
Acessibilidade: Acesso para portadores de necessidades especiais na livraria
Estacionamento no Shopping
Apoio Cultural: Faculdades Monteiro Lobato - Porto Alegre - RS
Diretor Plínio Mósca (acima) e Grupo de Teatro AMAR A VIDA Foto: Gisele Magrisso
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